BUSINESS INTELLIGENCE: A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Opinião: Um artigo que traz uma visão diferenciada sobre o sistema financeiro em Angola-

Eng. Pedro Jesus Elisa

1/11/20224 min read

Normalmente quando se aborda sobre Business Intelligence e principalmente dos objectivos dos sistemas que o compõem, inevitavelmente, a primeira pergunta que surge é com relação ao contributo que estes sistemas proporcionam para a organização. Mas antes de qualquer desenvolvimento, é importante sublinhar que, Sistemas de Informação aqui neste artigo, refere-se a um conjunto de sistemas com objectivos de colectar, armazenar, processar e distribuir informação entre os diferentes elementos que compõem a sua organização.

Portanto, quanto a sua contribuição, podemos assim afirmar que, este conjunto visa assegurar os seguimentos elementos:· Providenciar informação de controlo;· Integração e troca de informação entre diferentes ambientes;· Comunicação externa, visando responder os requerimentos comerciais ou legais; e· Facilitar o acesso a informação de modo a permitir a tomada de decisões.Todavia, o objectivo deste artigo é descrever a evolução dos sistemas de Informação no sistema financeiro, desde a primeira à terceira geração:

PRIMEIRA GERAÇÃO: CONSULTAS E RELATÓRIOS BASEADOS EM HOST

Os primeiros sistemas de informação, utilizavam aplicações por lotes (batch) e desta forma, proporcionavam aos utilizadores toda a informação quando necessária. Lamentavelmente, a informação obtida por meio destas aplicações, obrigava um grande volume de papel, sobre os quais os utilizadores tinham de perder muito tempo em busca de respostas concretas as suas questões de negócio. Isso motivou rapidamente, a chegada de terminais de acesso mais práticos que muito facilitou o acesso a informação. Não obstante destes terminais não serem de fácil manuseamento e que levava a complexas bases de dados operacionais. Entretanto, essa primeira geração de Sistemas de Informação (SI) ficou marcada pela complexidade, cujo entendimento limitava-se aos profissionais de tecnologia de informação, como, os analistas de sistemas e os fornecedores de informação. Pois, são eles que tinham conhecimentos avançados de base de dados e que dominavam a ciência da computação. Contrariamente, dos executivos de negócios que raramente possuíram algum conhecimento para utiliza-los.

SEGUNDA GERAÇÃO: DATA WAREHOUSING

Esta geração dos Sistemas de Informação, veio constituído com funcionalidades dos primeiros sistemas de Data Warehouse (DW) que em português, significa armazenamento de informação. Obviamente que, comparadamente aos sistemas de informação de primeira geração, estes tinham muitas vantagens, nomeadamente:· Projectados para atender as necessidades dos utilizadores e não das aplicações operacionais;· A informação contida em um Data Werahouse (DW), parecia pronta e bem estruturada, de forma que cada utilizador de sistema, facilmente podia perceber;· Permitiam aceder o histórico de informação, diferentemente dos sistemas operacionais que só proporcionavam detalhes dos dados.· Do ponto de vista arquitectónico permitiam aos utilizadores, uma interface melhorada e várias ferramentas de suporte a tomada de decisão.

TERCEIRA GERAÇÃO: BUSINESS INTELLIGENCE

O Data warehouse (DW) por si só, não representa uma solução completa para atender todas as necessidades dos utilizadores, a nível de acesso a informação. Um dos pontos fracos de muitas soluções de DW é que, centram-se na tecnologia e não nas soluções de negócio. No que tange a sua capacidade tecnológica, está seguramente comprovada, embora a sua implementação ainda parece muito complicada. As soluções de Data Warehouse raramente vêm produzidas para uma área de negócio ou organização especifica. Sendo assim, há a necessidade de adaptação a realidade da instituição. Visto que os sistemas Business Intelligence, são orientados a fornecer soluções que reflictam a veracidade das instituições financeiras e não simplesmente melhoria contínua.Uma outra característica relacionada ao DW nas instituições financeiras, é que destaca o aspecto construtivo e não as problemáticas de acesso a informação. Portanto, parece-me que o objectivos de algumas instituições, é simplesmente construir um DW e permitir o acesso a informação aos seus usuários. Nesse sentido, a não ser que a informação contida no Data Warehouse, já esteja toda documentada e de fácil acesso. Pois, a limitação no uso do DW e a não exploração da ferramenta, é igual se comparada aos sistemas de primeira geração.

NECESSIDADE DOS SISTEMAS DE BUSINESS INTELLIGENCE NO SECTOR BANCÁRIO

A globalização, que tenho o bom costume de defini-la como o conjunto de transformações que mundo apresenta nos últimos tempos, nos coloca numa era da informação e transformação digital que faz com que, no sector bancário e não só, a informação se torna num elemento diferenciador, cuja correcta exploração proporciona uma grande vantagem competitiva.Actualmente, os bancos comerciais mais destacados são aqueles que dispõem de informações privilegiadas e com maior abundância em comparação à concorrência. Estas instituições possuem sistemas de armazenamento e tratamento de dados (Business Intelligence) por isso, têm toda a informação preparada e disponíveis em formatos compreensíveis e utilizáveis, para os seus colaboradores ou para clientes e parceiros, sempre que se justificar. Na verdade, esta é meta de qualquer instituição financeira nos dias de hoje.Todas as soluções estratégicas e tácticas, como o lançamento de novos produtos ou serviços, disponibilizados pelos bancos comerciais, normalmente, são baseadas na informação de que dispõem. Estas instituições operam com grandes quantidades de dados, como pedidos de abertura de contas, inventários, transacções e certamente, outros dados referentes a clientes. Todo esse leque de informação bem analisada e consolidada, permite sem dúvida alguma, a tomada de melhores decisões que afectam positivamente o negócio e assim proporcionar uma grande vantagem competitiva junto da concorrência.Desta feita, alinhada a capacidade tecnológica funcional, tanto a nível de hardware, quanto do software, coloca ainda mais, a instituição numa posição privilegiada e o acesso a informação de forma simplificada.